Quando falamos em emagrecimento automaticamente pensamos em restrição calórica, cortar carboidrato e sofrimento. A ciência evoluiu e quero compartilhar com você sobre o “gene da obesidade” que revolucionou o emagrecimento no mundo. Pessoas obesas, com famílias obesas estão conseguindo reverter seu quadro genético e emagrecer de vez. Mas antes quero que você entenda de onde veio essa revolução.
Projeto genoma humano (PGH)
O Projeto Genoma Humano foi quando nasceu o avanço da genética na saúde das pessoas, chamado de Revolução Genômica. Em 2003 quando nasceu o PGH foi descoberto que nosso genoma pode ser modificado por fatores ambientais, ampliando a pesquisa cientifica entre gene e ambiente. Diante dessa revolução surgiu a ciência da genômica nutricional, englobando os estudos relacionados à nutrigenômica e nutrigenética. A interação entre o seu DNA, a alimentação e as mudanças na expressão genica, chamamos de epigenética.
O emagrecimento é consequência de uma orquestra entre a genética e o metabolismo. O nosso metabolismo possui uma capacidade de adaptação muito grande, como por exemplo, uma criança que sempre foi obesa se torna programada metabolicamente para acumular gordura na vida adulta. Um estudo publicado na revista Nature identificou que quanto mais gordura acumulamos, mais genes são alterados epigeneticamente, levando a riscos de diabetes e doenças cardiovasculares. Esse estudo mostrou que podemos alterar o DNA de forma positiva ou negativa, dependendo do estilo de vida que escolhemos e estratégias nutricionais específicas. Essa mudança na expressão genética pode acontecer sim. Mas quanto mais tempo você permanece no estilo de vida obesogênico, mais tempo demora para mudança na expressão genética e mais paciência precisará ter para ver seus resultados.
A ocorrência da obesidade é atribuída à interação entre o meio ambiente fatores genéticos. Entre esta coorte de genes, o gene que codifica a proteína associada à massa gorda é o FTO, considerado o primeiro gene associado mais forte que contribui para a obesidade.
O gene da obesidade
O gene FTO significa fat mass and obesity-associated, traduzido “massa gorda associada à obesidade”, conhecido como o “gene da obesidade”. O FTO apresenta uma variedade de estudos que descreveram a associação entre certas alterações genéticas e o aumento da gordura corporal.
O FTO foi um dos primeiros genes a apresentar uma associação estabelecida com a obesidade. O polimorfismo mais estudado é o rs9939609 (alelo A), esse código genético representa o risco mais elevado de desenvolvimento de obesidade, vamos entender porque.
O impacto dessa variante genética fora encontrado as seguintes consequências:
COMPULSÃO: Pessoas com o gene FTO (rs9939609 alelo A) apresentam altos níveis de grelina. A grelina é conhecida como “hormônio da fome”, sinalizando o cérebro que é hora de comer. Ou seja, quanto mais deste hormônio mais fome você sentirá, tornando mais difícil o processo de emagrecimento.
MENOR QUEIMA DE GORDURA: Em estudos concluíram que pessoas com o gene da obesidade possuem menos mitocôndrias. As mitocôndrias são responsáveis pela queima de gordura, então quanto mais mitocôndrias mais você queima gordura. O fato da pessoa com o gene FTO apresentar menos mitocôndrias consequentemente tem uma queima menor de gorduras.
INFLAMAÇÃO: Evidências sugerem que há uma relação significativa entre o alelo A do polimorfismo rs9939609 do FTO e níveis mais elevados de Proteína C-Reativa (PCR) de alta sensibilidade. A PCR é uma proteína produzida pelo fígado, cujos níveis aumentam quando há alguma inflamação no corpo. Estão relacionados com os principais fatores de risco de doenças cardiovasculares.
Modulação celular com a epigenética
Como vamos modular o “gene da obesidade” a nosso favor?
As estratégias nutricionais são hoje as mais eficazes para modulação do polimorfismo FTO, dentre elas podemos citar:
MODULAÇÃO MITOCONDRIAL: As mitocôndrias são as responsáveis pela queima de gordura, modulação com fitoquímicos ajudam na biogênese mitocondrial. A biogênese mitocondrial é responsável pelo aumento do tamanho, do volume e do número de mitocôndrias.
Fitoquímicos mais indicados: Resveratrol, chá verde (catequinas), capsaicina.
SUPLEMENTOS: A vitamina D é um importante aliado na modulação celular do gene FTO. Mas mais importante que suplementar é monitorar níveis adequados dessa vitamina.
AJUSTE DA DIETA: Algumas estratégias de dietas ajudam na modulação dos fatores que são carregados no gene FTO, são elas:
- Restrição calórica (jejum intermitente).
- Consumo de proteína de manhã para modular o hormônio grelina.
- Dieta pobre em gorduras (não responde bem a dietas hiperlípidicas).
- Dieta com quantidade normal de carboidratos, mas com menor carga glicêmica.
- Aumento no consumo de fibras para o controle da saciedade.
- Ciclo estratégico de dietas, incluindo: dieta cetogênica, fasting mimicking diet, plant-based.
A genética não é uma sentença para sua vida. Se você tem o gene da obesidade pode modular seu gene com a epigenética. Mesmo a genética mais obesogênica você ainda pode ser saudável e conquistar o emagrecimento definitivo. A genética se tornou essencial nos tratamentos de emagrecimento, pois direciona o real limitante para não alcançar seus resultados e acerto na conduta de forma muito mais específica.
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REFERÊNCIAS
Doo, M. Kim, Y. Obesity: Interactions of genome and nutrients intake. Prev Nutr Food SCI. 2015:20(1):1-7.
Zhao, Xu. Yang, Y. Sun, B.F. Zhao, Y.L. Yang, Y. G. FTO and Obesity: Mechanisms of Association. Curr Diab Rep (2014); 14(5):486.