Equilíbrio Hormonal Natural – Climatério

O equilíbrio hormonal representa saúde e vigor. Para você que quer entender mais desse tema ou iniciar seu tratamento, o primeiro passo é o conhecimento. Vamos trazer nesse artigo uma visão do nutricionista com especialização e modulação hormonal.

Nesse artigo você vai encontrar:

  1. Conceito de Equilíbrio Hormonal Natural
  2. Hormônios e descrição do climatério
  3. ✅ Tratamento com a nutrição no climatério

Equilíbrio Hormonal Natural

Os hormônios são substâncias responsáveis por várias funções no organismo, desde a regulação do metabolismo ao controle da pressão arterial e maturação dos órgãos sexuais. Eles atuam como mensageiros que controlam e coordenam as atividades em todo o corpo.

A modulação hormonal natural é um manejo da nutricional funcional e ortomolecular que visa promover o funcionamento adequado de todos os hormônios, além de permitir o equilíbrio geral do organismo. Um tratamento sem uso de medicamentos, usado somente estímulos naturais através da alimentação e suplementos.

Hormônios e descrição do climatério

A mulher apresenta, ao longo da vida, diferentes períodos hormonais, que iniciam na puberdade e se estendem até a menopausa. A menopausa aparece como um marco de sinais e sintomas ligado com mudanças hormonais envolvidos no processo de envelhecimento feminino.

Esse processo de mudanças no envelhecimento da mulher é caracterizado como climatério. Fisiologicamente climatério é o período de transição entre o período reprodutivo e não reprodutivo, onde este período é caracterizado pelo esgotamento dos folículos ovarianos desencadeando a deficiência estrogênica, marcando o fim do período reprodutivo.

O climatério é um processo que engloba:

  • Pré-menopausa: é o período que precede a menopausa, caracterizado pelo défice de progesterona.
  • Perimenopausa: ocorre imediatamente antes da menopausa, quando as características endocrinológicas, biológicas e clínicas se manifestam, onde iniciam os ciclos irregulares e a presença de sinais e sintomas, como fogachos; distúrbio no sono; alteração de humor; ansiedade; melancolia e depressão; perda de memória, etc.
  • Menopausa: representada pela data do último período menstrual, como expressão da falência da atividade endócrina dos ovários
  • Pós-menopausa: caracterizada pelo período de vida da mulher que decorre desde o fim da menstruação até à morte.

Na imagem abaixo vemos o ciclo hormonal da fase reprodutiva até a menopausa.

Figura 1:Representação do ciclo menstrual reprodutivo e menopausa.

Fonte: Davis et al., (2015).

Os hormônios marcadores desses estágios são: Hormônio Folículo Estimulante (FSH), Hormônio Luteinizante (LH), Estradiol e Inibina B. Com o envelhecimento ovariano, a menor produção de Inibina B resulta em diminuição do feedback negativo para a hipófise, aumentando a secreção de FSH e LH. À medida que o número de folículos ovarianos diminui com a idade, diminuem os níveis de Inibina B e Estradiol.

A diminuição desses hormônios traz sintomas da menopausa, como:

  • Fogachos,
  • Irritabilidade,
  • Baixa na libido,
  • Depressão e ansiedade,
  • Perda de memória,
  • Insônia,
  • Aumento de peso,
  • Perda de massa óssea,
  • Desconforto vaginal,
  • Entre outros.

Tratamento com a nutrição no climatério

Como as terapias tradicionais de reposição hormonal aumentam os riscos à saúde, são necessárias opções alternativas de tratamento mais seguras para aliviar os sintomas da menopausa em mulheres.  A alimentação pode ajudar a modular os sintomas do climatério, os sintomas da menopausa e auxiliar no equilíbrio hormonal.

TERAPIA HORMONAL COM FITOESTRÓGENOS

  • Lúpulo (cerveja)

O lúpulo (Humulus lupulus L) é o ingrediente usado na fabricação de cerveja e é rico em compostos fenólicos. A análise por espectrometria de massas mostra que ele contém cerca de 14,4% de ácidos fenólicos, flavonoides, proantocianidinas, chalconas preniladas e catequinas.

Vários estudos de intervenção avaliaram os efeitos da cerveja e da menopausa. Um ensaio randomizado, duplo-cego e cruzado de 8 semanas mostrou que o consumo de 8-prenilnaringenina (8-PN), um polifenol característico do lúpulo e da cerveja, resultou em uma redução significativa nos sintomas da menopausa e desconfortos.

Há evidências de que a ingestão regular e moderada dos polifenóis comumente encontrados no lúpulo e na cerveja pode ajudar a aliviar muitos sintomas comuns apresentados por mulheres na menopausa. Esses benefícios também podem ser obtidos por mulheres na menopausa com o consumo regular de cerveja sem álcool, uma vez que os ingredientes utilizados e a maioria dos processos são compartilhados entre a cerveja sem álcool e a cerveja comum.

  • Isoflavonas (genisteína e daidzeína) – soja;

Uma revisão sistemática constatou que as isoflavonas de soja foram eficazes na redução da intensidade e dos episódios de ondas de calor.

A indicação de isoflavona é de 100-200mg/dia, sendo um melhor efeito divido em 2 a 3x ao dia.

Na tabela abaixo, retirada de um artigo, mostra a quantidade do ativo isoflavona nos alimentos.

O consumo diário de 90 mg de isoflavonas em proteína de soja em pó por 16 semanas foi tão eficaz quanto a terapia hormonal farmacêutica (TH) na redução dos sintomas de dor articular em 40% em comparação com o grupo que não consumiu (placebo).

  • Lignanas – linhaça;

Semente de linhaça possui alto conteúdo de lignanas, especificamente o secoisolaricirecional (SDG), fitoestrógeno que possui estrutura química muito semelhante à molécula de estrogênio. Este fitoestrógeno pode proteger contra a osteoporose e o câncer de mama, além disso, apresenta um efeito laxativo.

  • Resveratrol

Pode atuar de modo similar ao estrogênio e substituir parcialmente este hormônio nos tratamentos pós-menopausa. Ele foi caracterizado como um fitoestrogênio com base em sua capacidade de se ligar aos receptores de estrogênio. Evidências pré-clínicas mostram que o resveratrol pode estimular a proliferação e a diferenciação de células ósseas e inibir mecanismos inflamatórios.

Em um estudos intervenção com duração de 14 semanas, com trans-resveratrol (75 mg, duas vezes ao dia) foi conduzida em 80 mulheres saudáveis ​​na pós-menopausa. Aspectos do bem-estar, incluindo dor, sintomas da menopausa, qualidade do sono, sintomas depressivos, estados de humor e qualidade de vida, foram avaliados. Após a intervenção com resveratrol houve uma redução significativa da dor e uma melhora no bem-estar geral após a suplementação.

REFERÊNCIAS

DAVIS, S. R. et al. Menopause. Nature, v. 1, p. 1–19, 2015. 

Sandoval-Ramírez BA, M Lamuela-Raventós R, Estruch R, Sasot G, Doménech M, Tresserra-Rimbau A. Beer Polyphenols and Menopause: Effects and Mechanisms-A Review of Current Knowledge. Oxid Med Cell Longev. 2017.

Wong RHX, Evans HM, Howe PRC. Resveratrol supplementation reduces pain experience by postmenopausal women. Menopause: The Journal of The North American Menopause Society. Vol. 24, No. 8, 2017.

Crawford, et al. Impact of dose, frequency of administration, and equol production on efficacy of isoflavones for menopausal hot flashes: a pilot randomized trial. Menopause: The Journal of The North American Menopause Society 20(9):p 911-921, September 2013.

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