O que é dopamina e como aumentar de forma natural?

Nos dias de hoje as pessoas se queixam de estarem sempre cansadas, indispostas e vivendo constantemente numa rotina de alto estresse. A busca pela performance cerebral tem se tornado cada vez mais interessante para alcançar mais disposição e energia, onde o grande responsável por essa performance é a dopamina. A dopamina é um neurotransmissor essencial para o cérebro, está envolvida em processos de cognição, foco, humor e energia para a mente.

Vamos entender se você tem deficiência de dopamina?

Assinale as alternativas que representam você:

(     ) Não consegue se concentrar em leituras ou tarefas do dia a dia;

(     ) Procrastina e acaba deixando tudo para cima da hora;

(     ) Perde a paciência com facilidade;

(     ) Se sente desmotivado e desanimado;

(     ) Fumante;

(     ) Engordou acima de 10kg nos últimos anos;

(     ) Sem animo para fazer atividade física;

(     ) Muita compulsão alimentar quando estressado;

(      ) Sono desregulado;

(      ) Precisa de café pelo menos uma vez ao dia;

(       ) Baixa libido;

(       ) Consumo bebida alcóolica mais de 3 vezes na semana.

Se assinalou mais de três alternativas, você está com baixa de dopamina. Além desses sintomas citados acima,uma redução grave nos níveis de dopamina no cérebro pode desencadear diversas desordens patológicas, como doença de Parkinson, transtorno bipolar, esquizofrenia e déficit de atenção.

https://www.youtube.com/watch?v=xQYeqLDSQ9k
Vídeo Sobre Como Aumentar Dopamina de Forma natural

Dopamina e neurobiologia

A dopamina é um neurotransmissor que atua no controle do sistema nervoso central, sintetizada a partir do aminoácido tirosina. A dopamina faz parte das catecolaminas, juntamente com a noradrenalina e adrenalina, todas derivadas do mesmo aminoácido. Uma enzima chamada tirosina hidroxilase é responsável pela catalase que converte a tirosina em L-DOPA, em seguida a L-DOPA sobre uma descarboxilação dependente da vitamina B6 e assim forma a dopamina.

A serotonina é também um neurotransmissor, assim como a dopamina. Mas a serotonina é formada a partir do aminoácido triptofano, e a dopamina do aminoácido tirosina.

Sistema recompensa e a “molécula do prazer”

A dopamina está relacionada diretamente ao sistema recompensa, onde vem o nome popularmente dado a esse neurotransmissor, a “molécula do prazer”. A região do cérebro que está como o centro de recompensa é o sistema límbico, onde se encontra a dopamina. A principal força que faz o ser humano agir é o prazer, sendo o motivo principal do ciclo recompensa, trazendo como base o prazer.

A diminuição cerebral de dopamina está intimamente ligada ao comportamento de busca de recompensa, como resposta, a busca imediata por um prazer gere o aumento dessa dopamina, no caso, vício tanto de açúcar como em drogas e medicamentos.

Pesquisas recentes sugerem que o disparo de neurônios dopaminérgicos é uma substancia motivacional como consequência de uma antecipação de recompensa. Esta hipótese baseia-se na evidencia de que, quando uma recompensa é maior do que o esperado, o disparo de certos neurônios de dopamina aumenta, o que consequentemente aumenta o desejo ou a motivação para recompensa, desencadeando o ciclo do sistema recompensa. A pessoa busca por essa recompensa, liberando altas doses de dopamina cerebral, resultando em um pico emocional de bem estar temporário, onde, em seguida, volta em busca novamente dessa emoção assim que o pico termina.

TDAH

TDAH é bastante frequente, afetando cerca de 1% da população no Brasil e até 8% no mundo. Essa patologia é caracterizada por um excesso de comportamento hiperativo, desatento e impulsivo.

Vários estudos relataram que a densidade do receptor de dopamina em diversas regiões cerebrais de pacientes com TDAH é em menor quantidade. Pesquisas mostraram que a densidade do receptor de dopamina em diversas regiões cerebrais de pacientes com TDAH é menos que o normal. Decido o TDAH ser um quadro clínico diretamente ligado a dopamina uma das principais linhas de tratamento estão relacionadas à administração de psicoestimulantes que atuam na transmissão dopaminérgica, como Metilfenidato (Ritalina).

Os medicamentos aprovados pelo FDA (Food and Drug Administration) para o tratamento do TDAH incluem o estimulantes como metilfenidato e anfetaminas, e não estimulantes, como atomoxetina e agonistas α-2 de liberação prolongada (guanfacina e clonidina). Antidepressivos tricíclicos, como bupropiona têm sido usados também para tratar TDAH, no entanto, estes são usados apenas se os agentes acima não mostram benefício ou não podem ser usados.

Mesmo sendo direcionado diversos tratamentos medicamentosos para o TDAH ainda existem muitas contravérsias. O mais indicado é sempre buscar um recurso terapêutico natural para melhorar a biodisponibilidade de dopamina.

A genética da cognição e da inteligência

Quando falamos em neurotransmissores, falamos também em receptores. Tão importante quando a biodisponibilidade neuroquímica de dopamina são os receptores para exercer a função. Os genes mais estudados dos receptores de dopamina são tipo D1 (D1R) e receptores do tipo D2 (D2R).

O DR2 é o principal receptor de dopamina no cérebro, desempenha um papel importante em muitos processos fisiológicos, incluindo movimento, humor, cognição e processamento de comportamento de recompensa. O DR2 é codificado pelo gene DRD2, este está associado a uma redução na expressão de DR2 no cérebro e, portanto, a alterações no humor e outras funções cognitivas. Pessoas que apresentam alto risco para o gene DRD2 tem uma predisposição a ter alteração de humor, diminuição na cognição, maior tendência a vicio em açúcares e drogas devido ao seu sistema recompensa dopaminérgico estar afetado pelo gene.

O fator genético nos mostra a realidade sobre nosso organismo, mas é importante reforçar que não é uma sentença. A nutrigenética veio para modular essa situação e trazer benefícios a saúde indiferente da nossa genética, usando a estratégia certa.

Como a NUTRIGENÉTICA pode te ajudar?

Diante do quadro genético podemos fazer intervenções a favor da saúde para melhorar a função da dopamina.

L-TIROSINA

Como mencionado anteriormente a dopamina é sintetizada a partir da L-tirosina, a suplementação desse aminoácido pode ser necessária quando o indivíduo tiver o gene DRD2.

A recomendação da suplementação de L-tirosina é de 2 gr por dia, atuando como um intensificador cognitivo, reabastecendo os níveis de dopamina no cérebro e compensando o esgotamento mental.

GINSENG

Ginseng é uma planta herbácea pertencente ao gênero Panax. Estudos indicam que o ginseng pode modular o receptor D2 do sistema dopaminérgico. O Ginseng possui propriedades analgésicas, antioxidantes, antiinflamatórias, antiapoptóticas e antienvelhecimento. Esses efeitos incluem aumento da sobrevivência neuronal, crescimento e desenvolvimento de neurônios e prevenção da morte neuronal. Estudos apontam que as saponinas ou ginsenosídeos do ginseng provavelmente afetam a atividade dopaminérgica do sistema nervoso central.

Levando em consideração o exposto acima observamos a importância de buscar um profissional qualificado para tratar de forma natural, seja uma fadiga, indisposição e até quadros clínicos, também ajustar as dosagens e tempo de uso de cada composto e nutriente. Não é recomendado o uso dessas substancias por conta própria.

Referências

MORITZ, B; MANOSSO, L M. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. São Paulo. VP Editora. 2013.

DRD2. SNPedia. Disponível em: https://www.snpedia.com/index.php/DRD2. Acesso em: dez, 2023.

COLZATO, L S; STEENGERGEN, L; SELLARO, R; STOCK, A; ARNING, L; BESTE, C. Effects of l-Tyrosine on working memory and inhibitory control are determined by DRD2 genotypes: A randomized controlled trial. Cortex. v. 82, p. 217-224, 2016.

TAHERIANFARD, M; AALAMI, S. Effects of Pretreatment With Ginseng Extract on Dopamine D2 Receptor Analgesia. Basic Clin Neurosci. v.11. p. 587–593, 2020.

BAMFORD, N S; WIGHTMAN, R M; SULZER, D. Dopamine’s effects on corticostriatal synapses during reward-based behaviors. Neuron. v. 97. p. 494–510, 2018.

SHARMA, A; COUTURE, J. A Review of the Pathophysiology, Etiology, and Treatment of Attention-Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD). Annals of Pharmacotherapy. v. 48. p. 209–225, 2014.

Compartilhe este conteúdo:

Você vai gostar também

×